Me lembro de como era bom aquilo que se foi e cheguei a conclusão de que foi ilusão. Para mim era tão real tudo que eu vivi, mas era mais uma amostra grátis de como eu deveria fazer bem na realidade que viesse a enfrentar. E todas aquelas velhas fotografias.. Ah! Acabavam comigo. Eu deveria ter pensado antes de bater todas aquelas fotos que lembravam o "nós" que agora só sou "eu" e um alguém que eu sei que está por aí em algum lugar e que provavelmente eu não verei mais.
A gente pode até não sentir mais a mesma coisa, mas nunca esqueceremos do quanto já foi importante. É muita coisa sem sentido que acontece de repente e que a gente não consegue acompanhar, não esperamos, por isso vem a surpresa. E eu me surpreendi com um chute bem no meio da cara. É por isso que eu odeio surpresas.
As memórias recentes não são o que eu estou tentando descrever para vocês. Na verdade, essas memórias são o que aconteceram a pouco tempo. Depois de ter apanhado muito internamente, depois dos riscos que tomei, depois dos tombos e dos choros escondidos dia e noite. Me aconteceram coisas terríveis que meus pais nem imaginam e eu estou viva, não estou?
Certas imagens machucam, mas sabe qual delas vai te deixar mais alegre?
Se pegue num momento descontraído, aquele momento que só tem você e suas maluquices, e tire bastante foto, não vão ser só suas fotos, vai ser a foto da sua alegria, da sua maluquice, de algum lugar bem legal que você já foi, a foto que você tira quando não tem ninguém observando como você vai sorrir e de que jeito você vai tirar a foto pra ela ficar boa. Mesmo que você não poste em lugar nenhum, ela pode ficar guardada para você. Eu tenho absoluta certeza que no dia que você resolver abrir aquela pasta de fotos suas você vai gostar de alguma maneira. A coisa mais legal de uma foto é que ela não muda, mesmo quando as pessoas mudam. Essa, por exemplo, é a minha memória mais recente.
